segunda-feira, agosto 20, 2007

As bicicletas de Belleville



“Uma imagem vale mais do que mil palavras”. Quem nunca ouviu falar neste dito popular que tanto nos felicita com momentos inesquecíveis? Veja a mãe que abraça o filho, o casal de namorados que se beijam apaixonadamente. Não é preciso dizer sequer uma palavra para compreender essas cenas; está em nossa essência de gente - basta ver e sentir. Nos filmes de Buster Keaton podíamos perceber claramente que cada personagem possuía características peculiares, personalidades e sentimentos, sem precisar dizer uma única palavra. “As bicicletas de Belleville”, (Les Triplettes de Belleville) filme dirigido por Sylvain Chomet, utiliza os mesmos princípios do cinema mudo com pouquíssimos diálogos – um longa animado que traz em si um nostálgico retorno à infância e fantásticas sutilezas visuais.
Champion é um garoto infeliz que vive com a avó (Madame Souza) e seu cachorro (Bruno). Madame Souza descobre que a paixão do neto são as bicicletas e lhe presenteia com uma. Os anos se passam, Champion se torna ciclista profissional e seu maior sonho é ganhar a famosa “volta da França”. A trama se inicia durante a corrida. A história se torna cada vez mais interessante e à medida que o tempo passa o telespectador fica mais dependente de explicações.
A animação é feita com uma mistura de 2D e 3D e isso resulta em maravilhosas cenas. A trilha sonora casa-se perfeitamente com o filme e a sonoplastia é bastante fiel aos acontecimentos. Em determinado momento, os habitantes da cidade de Belleville são apresentados. São pessoas enormes e exageradamente obesas, o que tudo indica ser uma crítica ao “american way of life”. Como dizia minha avó: “Coisa boa!”.

Leonardo Valdez